Super Mario Bros. 2
O Super Mario Bros. original foi um verdadeiro sucesso, que não apenas revolucionou a indústria, como a tirou da apatia e do lamaçal na qual se encontrava jogada. Com o jogo a fazer vender consolas e a aumentar a popularidade da Nintendo pelo mundo afora, é apenas natural que a grande N tenha optado por desenvolver rapidamente uma sequela (ou, antes, sequelas). A primeira, apelidada de Lost Levels, era basicamente uma versão mais difícil do primeiro jogo da série – talvez por isso mesmo tenha permanecido durante tanto tempo como exclusiva do solo nipónico. A segunda foi aquela com a qual fomos agraciados na Europa e nos EUA, corria o distante ano de 1987.
Este Super Mario Bros 2 nasceu a partir de um outro jogo, também ele desenvolvido por Miyamoto, de nome Doki Doki Panic. A Nintendo limitou-se a substituir as personagens de Doki pelo Mário e companhia, e introduziu certos elementos característicos do mundo dos cogumelos (como os ditos cujos cogumelos). O SMB2 “ocidental” teve direito a muitas reedições e remakes, ao longo dos anos. Este ano foi a vez da actual portátil da Nintendo receber uma dessas reedições, assim como a mais recente consola doméstica, Wii U. O SMB2 da Virtual Console é a versão original do jogo de 1987 em todo o seu esplendor.
A história de SMB2 assenta na premissa de que tanto Mário como os outros estão a viver um sonho. Nesse sonho, cabe ao jogador guiar Mário e as restantes personagens pelo reino de Subcon, que está a ser atacado pelo rei sapo, Wart. Este é um jogo de plataformas que quebra um pouco com o molde normal do primeiro SMB, na medida em que não é apenas jogado na horizontal, mas também na vertical (à imagem de outros títulos da NES como Kid Icarus, por exemplo). Um aspecto relevante é a possibilidade de termos quatro personagens, cada uma com as suas próprias características, à nossa escolha. Temos o cabeça de cartaz da série, Mário, que corre mais depressa que todas as outras personagens. Segue-se o seu irmão mais novo, Luigi, que salta mais alto, mas é também o mais difícil de controlar. A princesa Peach, cuja habilidade de planar por breves segundos é extremamente
útil, é outra das opções. Por último, temos um Toad, que é o menos demorado a arrancar vegetais da terra.
E por que é que esta última habilidade é útil? Porque neste jogo vencemos os inimigos, não saltando-lhes em cima da cabeça, mas
antes atirando-lhes com objectos. À nossa disposição, temos inúmeros vegetais
que podem ser arrancados do solo e usados como armas de arremesso contra os
inimigos. Mas esta não é a nossa única arma de defesa. Muito pelo contrário. É
possível agarrarmos inimigos e arremessá-los uns contra os outros, ou usar
carapaças koopa contra eles. Existem ainda bombas, que servem inclusive para
desobstruir caminhos, e caixas POW, que eliminam todos os inimigos presentes no
ecrã. Outra novidade foi a introdução de uma barra de energia, simbolizada por
dois rubis. Esta pode ser aumentada, conseguindo cogumelos que, por sua vez, se
encontram escondidos em áreas secretas do jogo. Tais áreas podem ser alcançadas
via uma poção mágica. Nessas áreas, para além dos cogumelos, temos ainda
moedas, que podem ser apanhadas da terra, em vez dos vegetais. As moedas são
úteis para usar na slot-machine que aparece depois do final de cada nível.
Obtendo uma determinada combinação é possível ampliar o número de
vidas à disposição. De salientar que, no começo de cada nível, e
independentemente do número de cogumelos reunidos, a barra de energia será
sempre de dois rubis.
Derrotando um determinado número de inimigos, surgem
corações, que podemos usar para reabastecer a nossa dita barra. Para além dos
vegetais, temos ainda chaves, que vamos usar para destrancar determinadas
portas no jogo, e cerejas, que ao apanhar cinco fazem surgir uma estrela de
invencibilidade. SMB2 tem, como já foi dito, uma jogabilidade própria e
que vai variar muito da do Mario Bros original. As quatro personagens à escolha
possibilitam quatro formas diferentes de abordar a aventura. Disponível para
todos está a possibilidade de se fazer um super salto (mantendo pressionado
para baixo durante uns segundos). O jogo está dividido em sete áreas: seis com três
níveis e outra com dois. Geralmente, no final de cada nível teremos à nossa
espera o cuspidor de ovos, Birdo. Em outras ocasiões, bastará apanharmos a bola
de cristal para passarmos o dito nível. No final de cada área haverá um
combate com um boss diferente. Desde a chama viva, Fry Guy, ou o rato
explosivo, Mouser, até ao feroz carangueijo, Clawgrip, e passando pela serpente
de três cabeças, Tryclyde. Wart, como já foi referido inicialmente, será o
nosso opositor no final do jogo.
A nível gráfico, é verificável um salto enorme
de qualidade em relação ao primeiro SMB, destacando que esta foi a primeira vez
na qual Luigi ganhou um sprite próprio, em vez de ser uma mera mudança de cor do
seu irmão mais velho. Os cenários são muito coloridos e variados, ficando
apenas a faltar o tradicional nível debaixo do mar. A dificuldade não é nem
muito elevada, nem muito baixa, mantendo-se no reino do desafiante. Qualquer
pessoa pode pegar o jogo e jogá-lo, sem problemas. A música, embora não nos
tenha deixado melodias como as do SMB original, fica no ouvido e assenta bem
com o tipo de jogo que nos é apresentado.
A versão da Virtual Console tem uma única diferença em relação à da NES. Falo da possibilidade de gravar o jogo a qualquer momento. Uma característica que, de resto, está presente em todos os restantes jogos da Virtual Console. No caso da Wii U, a versão que está disponível na eShop é a americana, significando que o jogo corre a 60Hz em vez dos tradicionais 50Hz das versões PAL. Além disso, tal como nos restantes jogos do serviço, é ainda possível jogar apenas no GamePad, e aceder à comunidade do jogo no Miiverse.
Em jeito de conclusão, para quem quer um jogo do Mário no qual a princesa não é raptada, o Bowser não é o vilão final, o Luigi ganha a sua independência e onde o Masquito (Shy Guy) surge pela primeira vez, esta é a vossa melhor opção. Um jogo de plataformas sólido, fácil de jogar. Um bom título, sobretudo, para quem ainda não o tem. Resta escolher entre as versões da 3DS e Wii U!
A versão da Virtual Console tem uma única diferença em relação à da NES. Falo da possibilidade de gravar o jogo a qualquer momento. Uma característica que, de resto, está presente em todos os restantes jogos da Virtual Console. No caso da Wii U, a versão que está disponível na eShop é a americana, significando que o jogo corre a 60Hz em vez dos tradicionais 50Hz das versões PAL. Além disso, tal como nos restantes jogos do serviço, é ainda possível jogar apenas no GamePad, e aceder à comunidade do jogo no Miiverse.
Em jeito de conclusão, para quem quer um jogo do Mário no qual a princesa não é raptada, o Bowser não é o vilão final, o Luigi ganha a sua independência e onde o Masquito (Shy Guy) surge pela primeira vez, esta é a vossa melhor opção. Um jogo de plataformas sólido, fácil de jogar. Um bom título, sobretudo, para quem ainda não o tem. Resta escolher entre as versões da 3DS e Wii U!